Educação

Professora cria filtro de tela e se transforma em obra de arte para se aproximar de seus alunos

22/07/2020
Professora cria filtro de tela e se transforma em obra de arte para se aproximar de seus alunos

Hoje queremos compartilhar com você uma proposta desenvolvida por uma professora de arte aqui de Curitiba. Proposta que inicialmente nos chamou a atenção por seu caráter extremamente criativo, porém, quando fomos ouvir o porquê da iniciativa…ah, a história! Quase não adoramos por aqui as histórias que motivam as ideias! Conheça então, a proposta e a história da Alessandra Zuravski Martins, mãe do Pedro (17) e do Arthur (4), esposa do Rafael e arte-educadora, que há 12 anos trabalha com o ensino da arte para alunos de 6 a 16 anos, e assim como nós, se inspire a perceber com mais sensibilidade a escola e o professor da sua “criança”.

Já ouvi várias pessoas dizerem que jamais lecionariam para tantas idades diferentes. Mas, particularmente, adoro a convivência escolar com todas as fases do desenvolvimento. Dentro da linguagem que trabalho, me encantam desde aqueles desenhos cheios de significados acompanhados de um “eu te amo profe”, dos menores, até aquele trabalho mais elaborado ou tímido dos adolescentes.

Nesse momento em especial, com as aulas virtuais, tive que me adaptar a uma nova rotina. No começo desse trabalho online tudo soou muito assustador. Pois, além de ter que aprender a utilizar uma nova ferramenta tão rapidamente, também tive que descobrir uma nova forma de dar aula. O trabalho com arte para mim sempre envolveu muito esse lado do contato, da troca de ideias, da descoberta de novas possibilidades… e sempre curti muito acompanhar esses processos nos meus alunos. Então, quando soube que teria que lecionar através de uma câmera, me bateu uma tristeza e uma agonia por não saber se o que estava por fazer iria realmente acrescentar algo de alguma forma na vida deles.

Começamos e veio um novo desafio, a interação. Os pequenos interagem que é uma maravilha! Adoram contar sobre seu dia, suas descobertas, mostrar seus registros, e por aí vai! Agora, quando vamos nos aproximando da faixa etária de 12 anos em diante, nos deparamos com uma nova realidade: as câmeras se fecham, os microfones se calam… e aquele barulhinho bom e intenso que sempre estava presente nas aulas de arte, viram um silêncio ensurdecedor de fazer parecer que se está falando sozinha muitas e muitas vezes.

O tempo foi passando e as ideias de como buscar mais essa interatividade estavam ali fervendo em minha cabeça. Um belo dia, uma colega sugeriu no grupo virtual da escola que testássemos um programa que colocava filtros de tela durante a vídeo-aula. Pensei: Nossa, é isso! Vou usar! Toda animada, baixei o programa e, ducha de água fria. Meu computador, meio atrasadinho, não suportava o tal programa. Não me conformei! Passei o dia pesquisando outras alternativas e acabei chegando na mais óbvia de todas. Alternativa essa que inclusive já havia utilizado nas aulas presenciais para meus alunos menores. Coloquei a mão na massa e criei junto com a minha família o meu cenário, o meu filtro “caseiro” de tela.

A atividade era direcionada para turmas do 7º ano. Consistia na leitura da obra “Moça com brinco de pérola”, de Johannes Vermeer. Queria que eles construíssem comigo a história da obra. Foi então que veio a ideia de usar o filtro que criei e “virar a obra”. Utilizei o que tinha disponível em casa: casaco do filho mais velho, lenços, varal, papelão, muita vontade que desse certo e que de fato eles se motivassem a interagir comigo. No primeiro minuto que abri a câmera, começaram os comentários animados e fui ficando cada vez mais realizada, porque simplesmente havia conseguido através da arte que eles sorrissem. Aquele sorriso que sinto tanta falta no meu dia-a-dia… E foi assim que a aula se desenrolou e aconteceu! Eu instigava eles por meio de perguntas e eles prontamente buscavam as respostas. Exploramos e construímos juntos conhecimento em arte, de forma organizada, criativa e muito divertida.

Algumas reflexões e mensagens

Para mim, podemos perceber que tudo o que passamos tem um lado bom e outro não tão bom assim. O não tão bom hoje, sem sombra de dúvidas, é o fato de termos perdido temporariamente a possibilidade do contato, do abraço, da convivência. O lado bom é nos permitirmos sair da zona de conforto. Nesses mais de 100 dias de isolamento, aprendi tantas formas diferentes de  fazer a mesma coisa que me percebo uma profissional mais completa. Enfim, diante desse momento tão estranho, tão novo, tão incerto, estou tentando agir de forma que me sinta bem e faça o bem.

Para meus colegas professores queria deixar um mensagem: vivam um dia de cada vez! Não temos data certa para voltar a ter a nossa escola como era, não sabemos se de fato ela será como era, nós não seremos mais como éramos e isso pode ser, de certa forma, muito bom! Mas, nós temos e estamos mantendo viva a nossa escola! Aos pais, além de, vivam uma dia de cada vez, complemento com: não se cobrem tanto, afinal pais não são professores e nem devem ser! Por isso a escola existe e está viva! Aproveitem esse momento com as crianças para que elas se sintam bem, amadas e protegidas. No momento, acredito que é essa nossa função como pais, garantir o bem estar de nossos filhos. Aos meus filhos, agradeço muito por entenderem o meu “já vou…só mais um pouquinho”. A meu esposo, agradeço a paciência com a bagunça e com o meu “já termino… só mais um pouquinho”. Agradeço também ao colo, ao conforto e à parceria, afinal, quem mais me ajudaria com os vídeos? Rafael, esposo da Alessandra, também é artista e atualmente é diretor de arte em uma agência de publicidade.

Essa família linda acompanha o Muralzinho de Ideias desde o seu comecinho. Quem participa de eventos que produzimos, com certeza já fez alguma oficina de arte com a Ale. Essa super profissional que só nos enche o coração de alegria e orgulho.

 

 

 


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